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Sou uma jovem que busco no horizonte distante um novo amor...busco na mistica de DEUS um AMOR inalteravel que me reconquista acada dia! Obrigado Senhor por me teres Escolhido!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pão da Vida, Pão do amor Luis Gadelha

Grande amor este que se entrega sem exigir nada em troca. Assim é o amor de Deus por nós, não bastava para Jesus entregar seus ensinamentos, sua sabedoria, não bastava para Ele - ao demonstrar seu amor - entregar sua vida, seu bem-estar e seu sacrifício redentor. Ele quis ir além, entregou-se até o fim, não o fim de sua vida, pois esta prevaleceu sobre a morte e encontrou a eternidade junto ao Pai, mas entregar-se continuamente até o final dos dias. Entregar seu corpo para ser comido e seu sangue para ser bebido para que possamos permanecer nele, como Ele permanece com o Pai, e Ele permaneça em nós (Jo 6,56).

No entanto Jesus nos conhece inteiramente, sonda com profundidade o nosso coração e entende nossas dúvidas e descrenças. Consolou a dúvida no coração de Tomé que, ausente, não havia presenciado a primeira visita de Jesus aos Apóstolos (Jo 20,19-29), e ainda duvidava de sua ressurreição, mas para que a fé fosse arraigada ainda mais entre seus seguidores, Ele novamente aparece e como se sua presença divina não fosse o bastante, permite que Tomé toque suas chagas, como ele assim havia pedido. Para nós, à primeira vista, podemos encarar como uma grande graça concedida a Tomé, e de fato o fora, mas não uma graça concedida por gratidão, mas dada para a conversão, pois como o próprio Jesus citou: “Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto” (Jo 20,29).

Nosso entendimento não é capaz de alcançar este grandioso e sublime mistério, está além do que a ciência pode explicar, a razão pode conceber ou a emoção pode expressar, Jesus se entrega como alimento, não só aos nossos corpos, mas também – e principalmente – para nossa alma. Assim como o alimento trás força a todo o organismo, também o alimento eucarístico nos mantém erguidos e fortalecidos, senão na fé cega, confiante e esperançosa nos ensinamentos e promessas de Cristo, pelo menos no amor da Trindade santa. Pois foi por este amor, imensurável e, mais do que qualquer outro mistério, inconcebível por nós pecadores, que, sabendo de nossas fraquezas, Jesus se humilha e se apresenta como uma “coisa”, não bastou encarnar-se e estar em nosso meio, já que mesmo assim nós não conseguimos alcançar a singela grandiosidade de seus ensinamentos, e foi necessário que Jesus se entregasse como alimento, o qual age com sua graça de forma imperceptível, porém eficaz, alimento que irradia o amor e o poder do Ungido, alimento que converte sem causar dor.

Mas ao mesmo tempo este santo alimento inicia uma verdadeira revolução em nosso interior, pois quem realmente o toma de coração e acolhe suas graças em sua vida, já não passa a encarar a missa diária como exagero, ou as longas horas de adoração e vigília diante do Santíssimo Sacramento como desperdício, ou seja, deixa de encarar o fato de estar com Deus como um sacrifício – sobretudo porque o Pai não quer o nosso sacrifício pois de nada serve a Ele - o Pai quer de nós apenas a nossa conversão, e que, por estarmos verdadeiramente convertidos, passemos a encarar os “sacrifícios” como ofertas generosas de amor.

Ainda assim, são tantos discípulos, cristãos, católicos, que como aqueles em Cafarnaum, se retiram da presença do Senhor, achando que suas palavras são duras demais, não admitindo que para receber a comunhão com toda a sua graça, seja imprescindível a preparação espiritual através da reconciliação, que para estar diante de Jesus Eucarístico, seja necessário uma postura coerente, não só de coração, mas também física, respeitando a Sua divina presença com nossas palavras, nossos gestos, nosso vestir e todo o nosso decoro.

A Igreja vive da Eucaristia

Deus nos deu uma grande graça, através de João Paulo II, em 2004, vivermos um ano litúrgico especialmente voltado para a Eucaristia, devido a sua importância para nós cristãos, como bem o disse em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia: “A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par”. Enfatizando estas palavras, “a Igreja vive da Eucaristia”, é a carne e o sangue de Cristo, sacrificados no calvário e no altar, que nos fortalece e nos une, devendo sempre estar dispostos a um encontro diário com Jesus Eucarístico, sobretudo nesta época, onde se prenuncia o dia em que a Igreja comemora o Corpo de Cristo (Corpus Christi). Somos chamados a abraçar este dom todo especial o qual Deus oferece cotidianamente em sacrifício no altar, de forma gratuita, que é presenciar, contemplar e adorar Seu filho amado.

Pudessem ser desnecessários os milagres eucarísticos que Deus realiza, e que, diante do corpo de cristo consagrado, transubstanciado, mas que ainda se mostra, aos olhos humanos, “apenas” pão, nós pudéssemos bradar a todos como fez o monge basiliano do mosteiro de São Legoziano da cidade de Lanciano, ao ver o pão e o vinho converterem-se visivelmente em verdadeira carne e verdadeiro sangue, que nossa fé nos leve a diante do pão e do vinho consagrados no altar, gritar com nosso coração: “Ó bem aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!” Que nossa certeza nasça da nossa fé, confiança e esperança nas palavras e promessas de Jesus, pois somente Ele possui palavras de vida eterna (Jo 6,68)

Queiramos como o Monge, louvarmos a Deus, mas também experimentarmos desta graça e mistério de forma partilhada com nossos irmãos, afinal Cristo nos chama a um banquete, um banquete em família, tomando do corpo e do sangue do mesmo Cristo, que se faz presente em todos os altares, em toda parte do mundo. No conhecido ícone da Trindade (de Rublëv), a Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo, vivendo sua dinâmica de amor, disposto no centro da trindade, está a Eucaristia, em posição de entrega, mas também de convite a cada um de nós, para partilharmos e participarmos desta vida trinitária.

Desta forma, através da Eucaristia, independente de onde estejamos, encontramos fisicamente e espiritualmente do mesmo Cristo, que deseja mais que tudo, nossa união e a unidade da sua Igreja, conforme diz o Papa Paulo VI em sua Encíclica Mysterium fidei: “O nosso bondosíssimo Redentor, pouco antes da morte, pediu ao Pai que todos aqueles, que viessem a crer n’Ele, se tornassem uma só coisa, como Ele e o Pai são uma coisa só (Jo 17, 20-21). Oxalá que Ele se digne ouvir, quanto antes, este voto, que é também Nosso e da Igreja inteira, para que todos celebremos, com uma voz e uma fé únicas, o Mistério Eucarístico, e, tornados participantes do Corpo de Cristo, formemos um só corpo (1Cor 10, 17), unido com os mesmos vínculos que Ele determinou”.

Sobretudo deixemos o Espírito Santo, abrir o nosso coração, nos convencer a nos tornarmos verdadeiros adoradores da verdadeira carne e do verdadeiro sangue do cordeiro pascal, imolado por nós em redenção dos nossos pecados, mas que ainda tem tanto a fazer em cada um de nós. Que o Senhor derrame suas graças sobre nós e que passemos a respeitar ainda mais a Eucaristia, recebendo-A na comunhão, contemplando-A no ostensório e adorando-A sempre, dentro do sacrário ou diante da igreja, mesmo de portas fechadas, pois basta que estejamos com o coração aberto à presença do Senhor e Ele nos atingirá, tal o Seu amor e o Seu sacrifício.

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